quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

PÉROLAS PARA A VIDA - CRIANDO RAÍZES

   Quando eu era pequeno, tinha um velho vizinho chamado Dr. Gibbs. Ele não se parecia com nenhum médico que eu já tenha conhecido. Todas as vezes que eu o via, ele estava vestido com um macacão de zuarte e um chapéu de palha cuja aba da frente era de plástico verde transparente. Sorria muito, um sorriso que combinava com seu chapéu - velho, amarrotado e bastante gasto.
    Lembro-me dele assim, como alguém muito mais gentil do que as circunstâncias justificariam.
   Quando o Dr. Gibbs não estava salvando vidas, estava plantando árvores. Sua casa localizava-se em um terreno de 10 acres, e seu objetivo na vida era transformá-lo em uma floresta.
   Ele tinha algumas teorias interessantes " SEM SOFRIMENTO NÃO HÁ CRESCIMENTO". Nunca regava as novas árvores, o que desafiava abertamente a sabedoria convencional. Uma vez perguntei-lhe por quê. Ele disse que molhar as plantas deixava-as mimadas e que, se nós as molhássemos, cada geração sucessiva de árvores cresceria cada vez mais fraca. Portanto, tínhamos que tornar as coisas difíceis para elas e eliminar as árvores fracas logo no início.
   Ele falou sobre como regar as árvores fazia com que as raízes não se APROFUNDASSEM, e como as árvores que não eram regadas tinham que criar raízes profundas para procurar umidade. Achei que ele queria dizer que raízes profundas deveriam ser APRECIADAS.
   O Dr. Gibbs faleceu alguns anos depois. Eu me mudei dali. De vez em quando passo por sua casa e olho para as árvores que o vi plantar há cerca de 25 anos. Estão fortes como granito agora.
   Grandes e robustas. Aquelas árvores acordam pela manhã, batem no peito e bebem café com açúcar.
   Plantei algumas árvores há alguns anos. Carreguei água para elas durante um verão inteiro. Borrifei-as. Rezei por elas. Todos os nove metros do meu jardim. Dois anos de mimos resultaram em árvores que querem ser servidas e paparicadas. Sempre que sopra um vento frio, elas tremem e balançam os galhos.
   Uma coisa engraçada a respeito das árvores do Dr. Gibbs: a adversidade e a privação pareciam beneficiá-las de um modo que o conforto e a tranquilidade nunca consegueriam.
   Todas as noites, antes de ir dormir, dou uma olhada em meus dois filhos. Olho-os de cima e observo sus corpinhos, o sobe-e-desce da vida dentro deles. Frequentemente oro por eles. Principalmente para que tenham vidas fáceis. "Senhor, poupe-os do sofrimento." Mas, ultimamente, venho pensado que é hora de mudar minha oração.
   Essa mudança tem a ver com a inevitabilidade dos ventos gelados que nos atingem em cheio. Sei que meus filhos irão encontrar dificuldades e minha oração para que isso não aconteça é ingênua, sempre há um vento gelado soprando em algum lugar.
   Portanto, estou mudando minha oração noturna. Porque a vida é dura, quer o desejemos ou não.
   Em vez disso, vou orar para que as raízes de meus filhos sejam profundas, para que eles possam retirar forças das fontes escondidas do Deus Eterno.
   Muitas vezes oramos por tranquilidade, mas essa é uma graça difícil de alcançar. O que precisamos fazer é orar por raízes que alcançem o fundo do Eterno, para que quando as chuvas caírem e os ventos soprem não sejamos varridos em direções diferentes.

Philip Gulley
Histórias para aquecer o coração

" ... E CAIU A CHUVA, TRANSBORDARAM OS RIOS, SOPRARAM OS VENTOS, E DERAM COM ÍMPETO CONTRA AQUELA CASA, QUE NÃO CAIU, PORQUE FORA EDIFICADA SOBRE A ROCHA." Mateus 7:24

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