terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Um punhado de Esmeraldas...

A vida não é uma questão de marcos, mas de momentos.
Rose Kennedy

Quando Jeff e eu nos casamos, há 16 anos, em um sábado tempestuoso, nunca passou por nossas cabeças que chegaria o dia em que iria parecer ter sido há muito tempo. Desde aquela época, nós moramos em oito cidades e tivemos três filhos. Estamos em nossa terceira garrafa de Tabasco e acabei de rasgar o último do lençóis que ganhamos de presente de casamento para usar como trapo de limpeza.
Infelizmente, a maior parte dos terríveis móveis cor de terra que compramos para nosso primeiro apartamento ainda sobrevive.
Meu vestido de casamento está pendurado no fundo do armário. Ainda consigo fechá-lo (desde que eu não esteja dentro). Tivemos quatro carros (ai de mim!- nenhum novo) e muitos altos e baixos para contar.
Um dia se destaca na minha memória. Estávamos morando no Leste e meus pais vieram nos visitar.
Como éramos pais exaustos e falidos, papai e mamãe gentilmente pagaram o aluguel de uma semana de uma casa de praia na costa de Jersey. O arranjo abalou o ego de Jeff, eu própria estava de péssimo humor e tivemos uma briga extremamente estúpida a respeito de um jogo de Monopólio. 
Ele saiu e atravessou a rua, dirigindo-se para a praia. Algumas horas depois, enquanto eu o esperava na praia, ele emergiu do Atlântico excessivamente queimado de sol, carregando um colchão de ar.
- Onde está sua aliança ? - Perguntei.
Ele olhou para sua mão esquerda, petrificado. Seu dedo havia se contraído por causa da água fria enquanto ele boiava no colchão. O anel escorregara e estava no mar, junto com as anêmonas.
Comecei a chorar.
- Tire a sua aliança e jogue-a no mar também - implorou ele.
- Por que eu jogaria ouro fora quando não temos dinheiro suficiente para botar gasolina e ir para casa ?
- Gemi.
- Porque os dois anéis estariam juntos no oceano.
A praticidade ganhou de uma atitude passional e uso minha aliança até hoje. Aquela lembrança, no entanto, me fez ir em frente em muitas épocas menos românticas.
Quando nosso aniversário de casamento se aproxima, penso naquele dia na praia. E penso no que o saudoso Charlie McArthur disse a Helen Hayes quando a encontrou em uma festa. Deu-lhe um punhado de amendoins e disse:
- Gostaria que fossem esmeraldas.
Depois de anos de um casamento feliz, quando McArthur estava próximo do fim de sua vida, ele deu a ela um punhado de esmeraldas e disse:
- Gostaria que fossem amendoins.
Eu também.

Rebecca Christian
Histórias para Aquecer o Coração

Muitos casamentos não resistem a essas épocas menos românticas.
Infelizmente nossas alianças já não são as mesmas de quando casamos.
 Não foram para o oceano, foram para as mãos do comprador de ouro mesmo rsrsrs. Pois é, em 20 anos de casamento poderia escrever mais sobre manter o bom humor na falta de romantismo.
Muitas vezes o bom humor surgiu naqueles momentos mais improváveis.
 E quando tudo esta bem ruim, choramos.
Mas depois rimos rsrsrsrs.
E ainda recebo amendoins !


Rejane Costa


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...